domingo, 24 de janeiro de 2010

Doces sonhos


"Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. [...] Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara.” (Caio F.)

Talvez ela fosse somente louca. Até evitava comentar sobre seus sentimentos com as pessoas, porque ela mesma não sabia distinguir até que ponto era realidade, até que ponto era imaginação. Depois de pararem de se verem, até de se falarem, ele voltava, mas dessa vez ele habitava somente seus pensamentos. Pensamentos que eram tão intensos que pareciam reais. Mas mais que isso ela sentia uma felicidade súbita, por mais que soubesse que era só imaginação ela ficava feliz. Ficava feliz porque uma noite sentiu algo, algo totalmente diferente de tudo que já sentira, uma paz de espírito e ao mesmo tempo algo que dizia-lhe: "É ele!". Um pouco medonho, mas a partir dessa noite seus dias se tornaram mais doces. Seus sonhos com ele muito reais, podia sentir sua presença ao lado, sua respiração ofegante, o toque de suas mãos, seus beijos apaixonados e conseguia enxergar o azul de seus olhos, como se brilhassem para ela. E ela sempre repetia: "Tudo se tornará realidade" e depois acendia seu cigarro.

"Que medo alegre, o de te esperar." (CL)
"Tudo isso, que é nada, subitamente parece tão absurdo e patético e insano e monótono e falso e sobretudo tristíssimo” (Caio F.)