quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Divisão
- É com você que eu quero dividir meus sonhos.
- Sonhos não são divisíveis! disse ele.
- Nós podemos fazer com que sejam. ela diz e sorri.
- Eu não quero dividir os meus e não quero que você divida os seus, os meus sonhos estão comigo há muito tempo, são uma carga minha, uma parte de mim. Você não é uma parte de mim, eu escolhi você para estar ao meu lado e não para passar a sonhar junto comigo, somos seres individuais.
- Mas eu preciso de alguém que tenha coisas divisíveis e que me incorpore em sua vida, não que me deixe somente caminhar ao seu lado.
- Então esse alguém não sou eu.
- É, talvez não seja.
- Sonhos não são divisíveis! disse ele.
- Nós podemos fazer com que sejam. ela diz e sorri.
- Eu não quero dividir os meus e não quero que você divida os seus, os meus sonhos estão comigo há muito tempo, são uma carga minha, uma parte de mim. Você não é uma parte de mim, eu escolhi você para estar ao meu lado e não para passar a sonhar junto comigo, somos seres individuais.
- Mas eu preciso de alguém que tenha coisas divisíveis e que me incorpore em sua vida, não que me deixe somente caminhar ao seu lado.
- Então esse alguém não sou eu.
- É, talvez não seja.
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7 comentários:
E ai aparece a tal frase: "O ser humano nasceu pra ser sozinho". E talvez tenha nascido mesmo, e talvez seja melhor assim. Aliás, é melhor assim sim. Até que se prove o contrário. Hahahaha. Beijos amada!
Ai, Paulinha. Que coisa triste. Mas tem gente que é assim mesmo. Essa coisa de estar ao lado pra mim também não funciona. Porque eu quero é tudo, inteiro, dentro, junto, agarrado. Dividir sonhos é uma coisa mágica. E às vezes algumas pessoas não percebem que se estamos dispostos a dividir sonhos, é porque estamos totalmente entregues.
Talvez essa pessoa não esteja, ainda, totalmente entregue. Talvez ela nunca se entregue a ninguém. Só é preciso ter cuidado para não perdermos os nossos sonhos na tentativa de fazermos partes dos sonhos de outra pessoa.
Um beijo, querida.
Que aperto, Paulinha! Eu me fecharia, ouvindo tais palavras. Iria sonhar um novo sonho e deixar para trás o sonho amargo que virou essa realidade doída.
Um beijo.
Que bom que você gostou do meu poema Mude!
Porém, ao contrário do que você diz, não é de Clarice Lispector.
Assim como você, muita gente supõe erradamente que esse poema é de Clarice. Mas não é.
No meu blog publico todas as "provas" de que sou o autor:
1. Registro do poema Mude na Biblioteca Nacional em agosto de 2003.
2. Livro Mude, editado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra.
3. CD Filtro Solar, Pedro Bial, onde na faixa 4 o Mude foi publicado (contrato que fiz com a Sony Music)
4. Há milhares de publicações com a citação de autoria correta, em meu nome.
5. O chato é que o filho de Clarice Lispector VENDEU meu poema como se fosse da mamãe dele... rs! (Mas já ganhei estrondosa ação judicial por danos morais: veja www.desafiat.blogspot.com )
Enfim, o que o escritor mais gosta é disso mesmo: ver sua obra reconhecida -- mesmo que com autoria "transferida" para Clarice Lispector...
Abraços,
Os sonhos podem ser compartilhados sim. É claro que existem sonhos que a gente necessita fazer sozinho, porque são experiências particulares, mas muitos dos sonhos imaginamos realizar com alguém. E eles se formam quando estamos com alguém e queremos abranger mais ainda o amor bonito que se envolve.
Pena ler coisa triste assim. Porque a gente precisa incorporar os amores nas nossas vidas, nas nossas mentes, em todos os nossos gestos e sonhos.
Beijos.
gostei daqui. Desse teu jeito bom de escrever.Ótimos posts.
Maurizio
eu sei que lá.
num sei, mas daria um jeito de não insistir, pegar meu restinho de fé, e apontar pro lado de melhor luz..
Flores.
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