sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fruto proibido


"Tem certas coisas que a gente não consegue controlar
Comer um fruto que é proibido,
você não acha irresistível?
Nesse fruto está escondido o paraíso, o paraíso"
(Rita Lee)


Após mais um carreira de cocaína, Capitu olha para cima e pensa: "é assim que eu quero ser, quero ser livre, sem pudores, falante, feliz...!" Era difícil para ela descrever aquele momento único. A coca a fazia a sentir bem e no momento já controlava sua vida. De uma vez por mês, havia passado para uma vez por semana, depois para duas, três, até que começou a cheirar todos os dias. Era o que a guiava: bares, álcool, cigarro e coca, muita coca, carreira atrás de carreira.


Aquele pozinho branco tinha um efeito pra ela de pó mágico, a transformava em outra pessoa, aquela que Capitu almejava ser, mas sem ele não conseguia. Todo centavo que arrumava era para o pó. Acreditava que tinha muitos amigos. Mal sabia ela que 'amizade' de bar, não é amizade e não demora muito para as máscaras caírem. Para sua vida cair. O buraco é fundo, por isso ela não percebe que está afundando, lentamente e logo não terá mais volta. Mas Capitu só pensa que se sente bem, que ela não é uma viciada, que aquilo é algo perfeitamente normal, um refugio para seus problemas, só não sabe que a maioria dos seus problemas começaram por causa da cocaína.


Já no primeiro gole de cerveja seu nariz coça, e ela fica louca: "eu preciso!". É a droga mostrando seu poder, seu controle sobre mais uma vítima, não uma vítima indefesa, mas uma vítima que não quer se defender. Durante as ondas ela chega a chorar algumas vezes, não de arrependimento, mas peso na consciência, pensa na família, "eles não merecem isso, mas estou feliz, eles precisam entender..." No dia seguinte, ou depois de dias, afinal ela chegava a ficar quase 3 dias sem dormir, a ressaca era milhões de vezes pior que a da cerveja sozinha, mal conseguia se mexer, por vezes o nariz sangrava, doía muito, mas não havia arrependimento nenhum em seus olhos.

Um dia, quando já tinha perdido praticamente tudo o tinha, ela passou a entender que a droga não a fazia bem e decidiu ser forte, decidiu lutar. Mas não foi uma batalha fácil. Capitu perdeu algumas vezes, mas hoje sorri, é uma vencedora e nada mais importa!

5 comentários:

Marcelo Mayer disse...

she don't lie, she don't lie, she don't lie... cocaine
keep walking capitu...

Coração Alado disse...

e que nada mais importe. e que ela encontre a felicidade, de verdade. não uma realidade falsa, de efeito rápido, com um preço que ela não pode pagar.

► JOTA ENE ◄ disse...

Eh pá um layout bem bonito... desc a invasão, efeitos de navegar ao acaso...

Voltarei...

O Profeta disse...

Corre assombração
Vai para outro mundo numa toada de vento
Afasta de mim este cálice
Deixa-me aprisionar a morte na vida por um momento

Deixa-me sentir com a alegria dos sentidos
Deixa-me acreditar no voo do por-do-sol
Deixa-me beijar as águas de um lago feliz
Deixa-me navegar sem rumo, perder o control


Bom domingo


Mágico beijo

Lucas Lima disse...

sou leigo neste assunto, mas descrição viva a sua, gostei, "a la" trainspotting, rs
bons dias