quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Direção



"Praia repleta de rastros em mil direções; Penso que todos os passos perdidos são meus"
(Chico Buarque)



Quando ela ouviu sua voz, seu coração parou. Será que era amor, pensou! Não, ela sabia que não o era. Mas era bom. E como era. Lembrava do seu sorriso, suas mãos, seus cabelos, e suspirava!
Tinha dias que se sentia confusa. Não o queria mais, enquanto em outros, o desejava mais que tudo. Rezava e pedia, uma luz, uma direção, não aguentava mais viver dessa forma. Sem saber por onde seguir.
Hoje ela sentia saudades, e um aperto no peito. Mas não sabia explicar nada disso, nem se era por ele. Por vezes desejava que fosse, em outras tinha medo que fosse. 'Ó Deus!' - exclamava.
Ela sorriu, nesse momento uma paz de espírito a infestou. Coisas boas em sua direção? Quem sabe... Ela ainda sorria.



"Um marinheiro me contou; Que a brisa lhe soprou; Que vem aí bom tempo"
(Chico Buarque)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cores

Ela olha pela janela. Gotas de chuva caem lá fora. Dia cinza. Cinza como sua vida. Um suspiro! Ela pensa nas cores, não nas cores que já a pertenceram um dia, mas nas cores que ela deseja que lhe pertençam. Sonhar não era proibido. Pelo contrário, ela acreditava que se sonhasse, talvez, aconteceria. Ela mentia. No fundo ela sabia que nada acontecia da forma como ela sonhava. Mas gostava de sonhar, porque, por alguns instantes, acreditava que o sonho era a realidade.
A chuva para. O dia parecia querer mostrar suas cores. Mas ainda assim continuava cinza. Não que ela não gostasse do cinza, o cinza a agradava, mas faltava um roxo, um verde, ou até um vermelho, o cinza sozinho era triste. Uma lágrima escorreu, não sabia distinguir se era felicidade ou tristeza, ao pensar que o cinza um dia se vai.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009



"Há tanta dor nesse jogo de procurar um parceiro, de testar, tentar. E a gente se dá conta subitamente de ter esquecido que era só um jogo, e vai embora chorando."
(Sylvia Plath)






Feliz
. Por mais incrível que pareça, esse era o estado de espírito dela hoje. O que mudou? Absolutamente nada. Ela ainda continuava entrando e saindo nos seus jogos de procurar um parceiro (a tal cata de prazeres), mas dessa vez ela se sentia diferente. Dessa vez ela sentia uma alegria súbita, ao contrário de todas as outras vezes. E por mais que as coisas continuem da mesma forma, ela se sente bem. Talvez seja o futuro. O futuro diz a ela que dessa vez será diferente. E ela torce para que 'ele' esteja certo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Cigarro. Coca-Cola. Talvez um doce. Chocolate de preferência. Filme. Solidão. Essa era a pedida dela para essa noite. Programa de frustrada? Sim, quem sabe não seja isso ela é? Falta do que fazer? Jamais. Falta de animo para fazer, para existir, mais uma vez. A maioria dos dias ela acorda sem querer existir.

Mudança de planos.Toca a campanhia. Convite pra ver filme com ele, na casa dele. É, pelo menos o programa de frustrada mudou, os planos são os mesmo, porém acompanhada. Noite agradável. Manhã também. Porém ela não se sente nada bem. Está vivendo um relacionamento estável com uma pessoa, sendo que na verdade eles não têm relacionamento nenhum. Isso a confunde. E ao mesmo tempo ela não se deixa envolver, não se deixa tocar por ele. Tem medo, receios. O medo dela tem motivo. Ele é como ela, precisa de alguém pra mostrar que tem interesse, não chega a ela sozinho. E ela não está disposta a passar por isso. Está vivendo um momento no qual precisa de alguém, precisa de estabilidade, precisa fechar o vazio que existe dentro dela e precisa principalmente de segurança.

Ela não deseja mais sair a cata de prazeres, como sempre faz. Prazeres que duram uma noite, semanas, alguns até meses e acabam, de formas simples, como se nunca tivessem sido nada. E um buraco que só aumenta. Porque alguns deles podem ter durado pouco, mas causaram um efeito sem igual, apesar dela não demonstrar. Esse é um ponto crucial, ela não demonstra seus sentimentos, ao contrário, parece assassinar eles e qualquer um que tenta toca-los. E depois, reclama. Mas isso demonstra que ninguém se importou com ela o bastante, a ponto de lutar por ela. E agora, agora ela deseja mais.

Foi então que ela se lembrou o que a amiga sempre dizia: "Nós somos maçãs do topo e pertencemos aos homens mais atrevidos."
Ela espera por esses homens atrevidos. Na verdade ela só deseja um homem atrevido, só precisa de segurança.

"
Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará."

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Toda espera tem seu fim



"É, a paciência
Foi pela vida inteira
O meu escudo
Quando o mundo disse:não
(...)É a esperança
É como cristaleira
Resiste ao tempo
E as boladas que levou(...)"

Hoje é um daqueles dias, dias de dúvidas, de incertezas, mas que bem lá no fundo sei que tenho uma única certeza, e dessa vez falo sério, estou preparada para ter um namorado novamente!

Um pouco precipitada, talvez, mas é a certeza que tenho nesse momento. Pode ser que amanhã, ou até mesmo na parte da tarde eu já tenha mudado de idéia, mas agora, eu desejo isso.
Complicada? Sim, eu sou assim e talvez seja por isso que estou sozinha, não sei lidar bem com as pessoas, nem elas comigo!
Claro, você deve estar se perguntando, o porquê de nesse momento eu querer um namorado. Existem muitos porquês, mas começando pelo hoje, estava 'vagando' pelo orkut e vi fotos de um casamento de uma conhecida. Ela tem a minha idade - isso não significa que queira casar nesse momento, no futuro, quem sabe?! -, estava radiando felicidade, tanto ela quanto o marido e ai me lembrei de outros casamentos, dos olhares, os sorrisos, as lágrimas. E isso me remeteu a algo, todos os 'relacionamentos' fúteis que tenho tido últimamente. Sem aquela verdadeira troca de afetos, sem a cúmplicidade, sem o desejo de ter sempre por perto, e aquele abraço de saudade, após apenas um dia sem se verem, a ligação de madrugada para desabafar sobre aquele dia estressante, e trocar um sábado de bebedeira com os amigos para ficarem abraçados, lembrando como são gratos por terem um ao outro.
Tudo isso soa muito cliché, concordo. Porém meus relacionamentos são composto de muitos altos e baixos e muita aventura, misturando tudo isso, o tempero fica bom!
Depois-de-me-sentir-ridícula-fazendo-esse-desabafo-sabendo-que-amanhã-posso-mudar-de-idéia, deixo uma pergunta: Alguém se habilita?

"(...)Se eu ando distraída assim
Me deixe só
Que tô buscando
Em pensamento o meu amor
E meu olhar
Distante, deixe lá
Que em pensamento
Meu amor vem me buscar
Te quero,espero
Eu tô te vendo chegar
(...)Pois cedo ou tarde
Toda espera tem seu fim."
(Jorge Vercilo)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Coração disparado, pernas tremulas, ansiedade, expectativa. Olho o telefone, ele não toca, roo o que sobrou das minhas unhas. Relógio, faltam cinco paras as duas. Rezo, peço pelo amor de Deus! Por quê?! De novo não, eu não aguento mais. É sempre assim, e eu - boba como sou - ainda crio ilusões. Nesse momento paro pra pensar, eu não mereço ser feliz. Então começo a me acalmar. São 13:57 e nada, com certeza vai ser só mais um nada na minha vida. Se no Guiness book existissem colecionadores de nada com certeza eu estaria lá. Mas o que seria um nada? Uma coisa que aconteceu e acabou, só existiu o começo, sem meio, sem fim. Ou poderia ser algo que começaria dali a acontecer. Não, o que ocorreu antes não foi nem um começo, foi só um Q de começo e ai, acabou, de novo, sempre acaba. Aliás não acabou, porque não começou, então, foi um nada. É nada!
Estou mais calma, coração desacelerou, as pernas estão quietas, mas a dorzinha lá no fundo, aquela dor de saber que de novo você foi uma perdedora. Você é ridícula e patética. Sabe aquela frase do Caio F.: "Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar." Consigo perder o que eu não tenho. Patética!
Queria desaparecer, como em um passe de mágica, como se nunca tivesse existido, seria tão mais fácil. Seria um favor, para o mundo e principalmente para mim. Simplesmente sumir!

domingo, 9 de agosto de 2009

"Não quero te convencer a ser minha, pelo contrário, quero te forçar a criar coragem de ser você mesma e pular nesse abismo...juro que te espero lá embaixo."

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"PARA MANTER-ME VIVO, SAIO À PROCURA DE ILUSÕES.”


"(...)Não era nada com você. Ou quase nada. Estou tão desintegrado. Atravessei o resto da noite encarando minha desintegração. Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma urgência.(...)

(...)Tão artificial, tão estudado. Detesto ouvir minha voz no gravador ou ver minha imagem em vídeo. Sôo falso para mim mesmo. A calma, o equilíbrio, as palavras ditas lentamente, como se escolhesse. Raramente um gesto, um tom mais espontâneo. Tão bom ator que ninguém percebe minha péssima atuação." (Caio F.)



"Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas." (Caio F.)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Divã


Essa semana assisti ao filme divã. Ao termino dele fiquei bastante 'deprê', porque ela me lembrou eu, uma pessoa que jamais pode reclamar por ser infeliz, porque ela era muito feliz. E é bem assim que me sinto, uma pessoa feliz, mas insatisfeita, com tudo, com todos... E olhando o futuro da personagem principal, Mercedes, pensei em como o meu pode ser parecido com o dela. Casamento com um cara que ela ama e que ama ela, "enfim JUNTOS". Parece lindo, perfeito e o sonho de toda mulher, mas isso não basta e não bastou pra ela, dois filhos, a mesmice, a rotina, a traição e o fim, o fim do que foi uma bela história de amor, porque tudo tem começo, meio e fim!
A morte da melhor amiga. Eu imagino como seria perder as pessoas que eu realmente amo e que importam muito em minha vida, aliás, prefiro nem imaginar. Porém tem uma parte do filme que me lembrou muito meu presente. Os casos dela com os homens. Pois é, bonitos, gostosos e jovens, mas que não passaram disso, "relacionamentos" casuais, ou usuais... Tenho entendido bastante disso ultimamente e isso me deixa um vazio. Esse vazio doí, com uma dor que não conseguiria descrever, uma dor que me cansa, cansa de tentar preenche-lo e e nunca conseguir, sempre ser só mais uma desilusão. Vazio que precisa ser curado, mas que ao mesmo tempo prefere ser assim, esse vazio, por medo, medo de ter um bela história de amor que um dia chegue ao fim!

"E esse vazio que ninguém dá jeito? Você guarda no bolso, olha o céu, suspira, vai a um cinema, essas coisas, e tudo, e tudo, e tudo." Caio F.

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis." Caio F.


sábado, 1 de agosto de 2009


Música: Julho de 83 - Nenhum de nós "Adolescência vazia... Ninguém me compreendia, e eu não compreendia ninguém..."

Não consigo compreender nem a mim mesma. Estou aqui a pensar, ando numa saudade, um vazio, uma falta, mas não consigo descobrir de que. As vezes dói, as vezes é bom, sei apenas dizer que é um sentimento estranho. Algumas vezes desejo profundamente certas coisas, outras já não consigo saber se quero aquilo mesmo. Um estado de confusão mental. Mas eu não consigo mais viver nessa, nunca sei o quero, ou se realmente quero. Preciso dar um basta nisso. Preciso me entregar de corpo e alma naquilo e seja o que Deus quiser. Com certza não dará certo, nunca faço nada certo... O sina... Pensando bem, tem uma coisa que acredito quer quero muito, mas essa coisa deve estar a uns 500 km de distância de mim ou sabe-se-lá aonde. É, realmente é uma sina, sempre quero o que parece impossível, deve me dar certa graça... Porém chegou um momento na minha vida, o qual eu não esperava que chegasse, que eu cansei do impossível e do complicado, quero simplificar tudo. Simpliicidade a minha vida, as nossas vidas! o/

Música: Eu não entendo - Nenhum de nós "Eu não entendo a sua indecisão, num dia sou o seu grande amor, no outro dia não, não, não..."